Fazendas e Fatos Pitorescos
Esta sessão destina-se a um intercâmbio, a uma interação, entre todos os parentes! Funcionará assim: a cada 3 (três) semanas, colocaremos, e renovaremos, uma história, ou fato curioso ou inusitado, pelo qual os parentes interagirão. Será escolhida uma – isso não significa que outras histórias, não serão escolhidas e publicadas. Assim, poderemos trocar experiências e partilhar emoções!
Fazenda das Melancias
O Ten. Francisco Antônio Junqueira, depois de se estabelecer em 1812 na Fazenda Invernada, na região que hoje é Município de Morro Agudo, tornou-se em um dos mais importantes “entrantes”, isto é, desbravadores do Norte Paulista. Após um período de rápido crescimento econômico, especificamente a partir de 1836 até 1893, o Ten. Francisco Antônio e, após sua morte em 1848, o seu filho mais velho, o Ten. Cel. João Francisco Diniz Junqueira, passaram a comprar de diversos proprietários terras que se aglutinavam em torno de uma gleba inicial que se chamava “Melancias”, no então “Sertão da Farinha Podre”, hoje Uberaba-MG. Assim originou-se a atual “Fazenda das Melancias”. Quando morreu em 1884, no testamento a seus herdeiros, o Ten. Cel. João Francisco Diniz Junqueira deixava a Fazenda das Melancias com 32 mil alqueires paulistas e mais cerca de 10 mil, pertencentes à Fazenda Penitência, do outro lado do Rio Grande, no município que hoje é Miguelópolis-SP.
Com a morte de Francisca Angélica Teixeira, esposa do Ten. Cel. João Francisco, em 1905, a sede da Fazenda das Melancias e cerca de 4.000 alqueires paulistas e mais parte das terras do Município de Miguelópolis-SP, ficaram para seu quinto filho o Cel. José Américo Teixeira Junqueira – avô do autor de “Família Junqueira: sua História e sua Genealogia”.
A construção da atual sede foi iniciada por Francisco Antônio antes de sua morte em 1848 e terminada por João Francisco, na década de 1860. É um imponente casario, com dois andares. Na parte superior vamos encontrar 13 quartos, 4 salas, 2 dispensas e banheiro. Na parte debaixo havia parte das senzalas dos escravos, quarto de sal, depósito para a colheita de grãos e tear. No tear eram tecidos, em algodão, roupas dos escravos e os panos mais rústicos usados na fazenda. Os alicerces da casa são de pedra tapiocanga. Todo o esqueleto estrutural é de imensas toras de aroeira, onde se fixam outras tantas vigas menores que sustêm terra batida, de pau-a-pique e “tijolos” de adobe. Toda a casa é cercada por um imenso quintal, como aparece na fotografia aérea tirada em 11 de junho de 1935. No jardim de entrada da fazenda há um relógio de sol, projetado pelo Frei Amecy.
João Francisco foi agraciado pelo Imperador D. Pedro II, em 20 de setembro de 1858, com o Título de Tenente-Coronel Comandante do Batalhão de Infantaria n° 32 da Guarda Nacional da Província de Minas Gerais. Durante a Guerra do Paraguai, o Cel. João Francisco teve importante papel na arregimentação de tropas que nela lutaram.
Pelo decreto nº 29.399 de 21 de abril de 1989, assinado pelo Governador do Estado de Minas, Dr. Newton Cardoso, a Fazenda das Melancias, foi tombada e hoje faz parte do Patrimônio Histórico do Estado de Minas Gerais.
A Melancias teve um papel muito importante no desenvolvimento inicial da Raça Mangalarga. É assim que, em torno de 1840, Ten. Cel. João Francisco Diniz Junqueira comprou de seu primo Francisco de Andrade Junqueira, Chiquinho do Cafundó, o garanhão Telegrama, que veio a se constituir em um dos pilares da raça. Do criatório da Melancias foi também muito importante Pretinha, considerada a última filha de Sublime – dos mais proeminentes pilares da raça. Pretinha e Telegrama foram pais de Rio Branco, Rio Branco foi pai de Braceira, mãe de Fortuna V e avó de Colorado – considerado o mais importante garanhão do Mangalarga moderno.
Tio Ané
Caros parentes,
Esta sessão destina-se a um intercâmbio, a uma interação, entre todos os parentes! Funcionará assim: a cada 21 dias, colocaremos, e renovaremos, uma história, ou fato curioso ou inusitado, pelo qual os parentes interagirão. Será escolhida a o fato mais interessante – isso não significa que outras histórias, também interessantes, não serão escolhidas e publicadas. Assim, poderemos trocar experiências e partilhar emoções!
A história desta semana está publicada no livro: “O que tia Adélia não Contou em Lendas e Tradições da Família Junqueira” (1989), de nossa prima, Adélia Diniz Junqueira Bastos, às páginas 76-78. O acontecido foi com “Tio Ané”, como assim era conhecido o comendador Manuel Ananias de Assis Junqueira, personalidade das mais importantes nos primórdios da criação e desenvolvimento da raça Mangalarga.
Segundo o que foi passado pela tradição, através de gerações, “Tio Ané” era um sujeito inteligente, perspicaz, espirituoso, engraçado e… mulherengo – deixou descendência, conhecida, com duas mulheres (mais detalhes também em nosso livro).
“Por ocasião de um casamento ao qual compareceram os seus sobrinhos, João Francisco, das Melancias, e a mulher, Francisca Angélica Teixeira, esta que não conhecia ainda o Tio Ané, disse a alguém que o tinha achado feio. Avistando-a mais tarde, em meio aos convidados, deixou-a muito encabulada improvisando a seguinte quadrinha:
Meu benzinho diga, diga
Se lhe serve esta pessoa
Não se importe com a feiúra
Pois o mais é coisa boa!
Tio Ané fez da vida uma piada e foi gaiato até para morrer. Gravemente enfermo, achava-se rodeado de amigos e parentes. Com a voz fraca porém galhofeira, piscando maliciosamente um olho, pediu a todos que se retirassem porque iria morrer e argumentava: ouvi dizer que quando se morre se faz careta, não quero que caçoem de mim. Saíram todos na suposição de que ele desejasse cochilar um pouco. Quando voltaram Tio Ané estava morto. Ninguém presenciou sua última careta”.
Mande também a sua história, curiosidade ou fato pitoresco, acontecido com um parente, seja seu ascendente ou descendente, vivo ou morto. Lembramos ainda que o envio para o nosso site, ipso facto – ou seja, pelo presente, ou por isso mesmo, automaticamente caracteriza a sua autorização para divulgação em quaisquer meios de divulgação, isto é: pela mídia, apresentações, conferências, jornais, revistas, livros, etc. e, especialmente, fica autorizada, assim, também a publicação em nossos próximos livros. Dessa forma, já estamos recebendo, e aguardando, seus e-mails.
Com fraternal abraço,
Ribeirão Preto-SP
Telefax: (16) – 3623-0798
E-mail: livro@familiajunqueira.com.br
Fazenda Campo Lindo
João Bráulio Fortes Junqueira nasceu em agosto de 1836, e casou-se em 16 de janeiro de 1858, com sua prima, Gabriela Vitalina, nascida na Fazenda Melancias (Uberaba). Filha caçula de Francisco Antônio (da Invernada e Melancias), irmã portanto, do Cap. Chico (Francisco Marcolino Diniz Junqueira) e de João Francisco Diniz Junqueira (Melancias-Uberaba-MG), os quais estão entre os primeiros e mais importantes formadores da Raça Mangalarga.
A Fazenda Campo Lindo foi comprada por João Bráulio de João Roquete. A velha sede foi demolida e, em 1870, ele construiu a que existe até o presente. A atual sede conserva o mobiliário da época. João Bráulio e Gabriela Vitalina nela viveram durante toda suas vida.
A Campo Lindo foi o criatório de importantes raçadores Mangalarga. João Bráulio criou a marca JB, que é, ainda hoje, símbolo de qualidade e beleza dos Mangalarga Marchadores.
Fazenda Narciso
A Fazenda Narciso é das primeiras fazendas que resultou da subdivisão da Fazenda Campo Alegre, berço da Família Junqueira. Em 9 de julho de 1811, quando ainda o Patriarca era vivo, foi feito entre seus filhos um acordo de divisas no qual a Campo Alegre ficou para o Barão de Alfenas. Quando morreu, deixou em seu testamento a Fazenda Narciso para seus filhos Antônio Gabriel Junqueira e Joaquim Tibúrcio Junqueira.
Antônio Gabriel Junqueira fez da Fazenda Narciso um dos mais importantes criatórios, que deu origem à raça Mangalarga. O garanhão Abismo-Rosilho foi o seu mais importante padreador, com grande influência em toda a tropa sul mineira.